terça-feira, setembro 30, 2003

ONDE ESTÁ A COERÊNCIA? E A SOLIDARIEDADE?
Muito se tem falado da instalação na zona industrial de Tabaçô, em Arcos de Valdevez, de uma unidade industrial que se dedicará à cromagem de componentes automóvel, tendo gerado forte controvérsia devido a eventuais problemas ambientais e de saúde pública que essa unidade poderá provocar, tendo por esses motivos sido recusada a sua instalação noutros países. Recentemente, soubemos também que a instalação dessa mesma unidade foi recusada pelo Presidente da Câmara Municipal de Ponte de Lima daniel Campelo.
Os receios das associações ambientalistas e das populações são legítimos, como são também legítimos os argumentos da Câmara Municipal dos Arcos de Valdevez, baseados em pareceres e estudos técnicos. O que parece menos legítimo, para não falar de oportunismos político-partidários, é o facto da polémica ter estalado com a fábrica em adiantado estado de construção e instalação. Parece que, assim, os dividendos políticos serão maiores e os custos políticos para o outro lado da barricada serão também mais acentuados.
Mas um outro aspecto deve ser ponderado, pela sua importância e irresponsabilidade das medidas tomadas. O Presidente da Câmara de Ponte de Lima recusou a instalação da industria no seu concelho porque entendeu que esta não preenchia os requisitos essenciais de segurança para o meios ambiente e para as populações. Só assim se compreenderá esta atitude. No entanto, não salvaguardou os possíveis efeitos nocívos da instalação dessa unidade já que, ao ficar instalada num concelho contíguo, os efeitos mantém-se e perdem-se as vantagens ao nível económico da sua instalação. Era para isso que esperavamos que servisse a Valima e o bom entendimento entre os autarcas do Vale do Lima. Era nestas situações que gostaríamos de ver na prática a solidariedade entre os autarcas que com tanto empenho pugnaram pela Comunidade Urbana do Vale do Lima. Tal não aconteceu e, com as declarações de Daniel Campelo ficou em maus lençóis o seu amigo Presidente da Câmara dos Arcos de Valdevez e também os limianos, que a jusante de Tabaçô ficam com os eventuais efeitos da fábrica e sem os postos de trabalho que esta irá gerar. Pobre destino...

domingo, setembro 28, 2003

116 ANOS DE BEM SERVIR
Os Bombeiros Voluntários de Ponte de Lima celebraram hoje mais um aniversário, o 116º. Como é habitual, este foi um dia de festa em Ponte de Lima, com diversas actividades a marcarem a jornada. Logo pela manhã, teve lugar o hastear da bandeira, com a presença da Direcção, corpo activo, fanfarra, diversas individualidades locais e muito público que, normalmente se associa às acções promovidas pelos B. V. de Ponte de Lima. Seguiu-se a missa solene do aniversário, celebrada pelo Padre Dr. José Gomes de Sousa, capelão da corporação. No final da celebração foram benzidas três novas ambulâncias, que vão dar uma grande ajuda no esforço de reequipamento do parque automóvel, um dos grandes problemas com que se debatem os bombeiros limianos actualmente. Estas ambulâncias foram adquiridas no âmbito da mais recente campanha lançada pelos B. V. de Ponte de Lima - A CAMPANHA AMIGO, através da qual pessoas colectivas ou individuais podem ajudar a comprar novas viaturas, integrados num sistema de contribuições leves e espaçadas no tempo. Uma das viaturas foi oferecida pelo Rotary Clube de Ponte de Lima, ennquanto as outras duias foram, respectivamente, ofertadas por um grupo de amigos a título individual e a outra por um grupo de empresários locais.
Os limianos puderam depois assistir a um simulacro de incêndio, no edifício da Valima, onde foi demonstrada a eficácia dos meios humanos e materiais da corporação. A sessão solena decorreu no salão nobre do quartel dos B. V. de Ponte de Lima, durante a qual foram entregues medalhas de assiduidade e de honra a diversos membros do corpo activo, quadro de honra e órgãos sociais, o reconhecimento público do trabalho e dedicação dos soldados da Paz limianos. Usaram depois da palavra o Presidente da Direcção António Amorim, que louvou o empenho e dedicação dos bombeiros e apelou à contribuição do concelho nos grandes projectos da corporação; O Presidente da Câmara Municipal, Eng. Daniel Campelo que saudou todos os bombeiros e realçou a sua importância na promoção da segurança e bem-estar das populações, merecendo por isso o respeito e admiração geral; e por fim o Exmo. Governador Civil do distrito de Viana do Castelo, que manifestou todo o seu carinho à corporação e admiração pelo seu trabalho.
O desfile das viaturasa e elementos do corpo activo e quadro de honra romperam pela tranquilidade da tarde de domingo em Ponte de Lima. O dia de aniversário terminou com uma romagem aos cemitérios locais, uma singela homenagem a todos aqueles que serviram Ponte de Lima através dos Bombeiros Voluntários.

Os Bombeiros são uma instituição respeitada em Ponte de Lima, prestam um largadíssimo serviço às populações, um serviço que se quer de qualidade e eficaz. Nos últimos anos, a actividade dos B. V. de Ponte de Lima mudou radicalmente, com um aumento exponencial do serviço efectuado, tanto ao nível da emergência pré-hospitalar, transporte e transferência de doentes e ataque a incêndios, onde assume especial relevo, o ataque a fogos florestais. Esta mudança, muito rápida, não foi acompanhada da necessária reestruturação dos serviços, equipamento e reequipamento, sobretudo ao nível do parque automóvel. O resultado é um parque envelhecido e, em muitos casos antiquado, facto que pode colocar em causa a qualidade e eficácia dos serviços prestados. Não resta, por isso, outra solução. A responsabilidade da Direcção, rápidamente assumida reside na reformulação do parque automóvel e dos serviços dos bombeiros. Este é um grande desafio que a Direcção enfrentará com firmeza e empenho. Daí o recurso à sociedade limiana, donde emanam direcção e corpo activo e para quem trabalham dia após dia.
NADA A PERDER COM O PACTO

O Pacto Para o Desenvolvimento do Minho é um movimento irreversível, lançado pela Universidade do Minho, dinamizado pelo seu Reitor, mas ao qual já aderiram a AIM - Associação Industrial do Minho, União dos Sindicatos de Braga e Viana, Instituto Politécnico de Viana do Castelo, as autarquias do distrito de Braga e pelo menos a de Monção, no distrito de Viana. Apesar de um arranque pouco conseguido, em que o núcleo duro do Pacto estava totalmente centrado no distrito de Braga, os passos que se seguiram permitiram verificar que este é um projecto para todos e que a todos beneficiará, estando reunidas as condições necessárias para o seu sucesso. Para o Minho, esta é uma oportunidade sem precedentes, para ter um espaço geográfico, de características homogéneas, forte e de dimensão razoável, unido em torno de um só objectivo: a correcção de assimetrias, o desenvolvimento e a melhoria da qualidade de vida das suas populações, com base num projecto centrado nas tecnologias e na inovação. Os parceiros deste movimento são a garantia do sucesso do Pacto, quanto a nós histórico, porque os conseguiu unir em torno de um objectivo comum, colocando lado a lado os maiores potenciais do Minho, depois de largos anos de diferenças e a trilharem caminhos desencontrados, sempre com prejuízo para o Alto Minho, que manteve sistematicamente índices de desenvolvimento inferiores aos do distrito de Braga.
Quem não entender a obvia perspectiva estruturante do Pacto e o que ele pode significar para o futuro, estará a enjeitar uma oportunidade histórica de encontrar o rumo do progresso e, sobretudo, ter uma visão estratégica, muito para além do curto e médio prazos, horizontes em que se tem trabalhado até hoje. E, mesmo que desconfianças existam, depois de olhar para o passado e para o seu estado actual, o que tem o Alto Minho a perder com a adesão ao Pacto? Talvez só mesmo um pouco de protagonismo e presença na liderança. O primeiro repartido com muitos mais parceiros; a segunda partilhada com outros ou transferida para as estruturas de investigação.
Por isso, não se compreende a postura da Valima, ou dos líderes dos municípios que a integram, renitentes na abertura de portas e na cooperação com outros parceiros e em novos projectos. O futuro constrói-se com base nas parcerias e, como nos tempos mais distantes, com a colaboração e ajuda dos vizinhos. Sozinhos estaremos sempre mais distantes dos nossos eternos referenciais.
Não posso pois concordar com uma comunidade urbana do Vale do Lima, sem corpo, peso e poder reivindicativo. No entanto aceito-a, embora com reservas, com base em dois pressupostos: em primeiro lugar da convicção que este nunca será um processo de regionalização, antes configurando uma associação de municípios com mais recursos financeiros e competências; em segundo lugar, que as portas para entrada de outros parceiros estarão sempre abertas. Já no que diz respeito ao Pacto, embora seja um movimento irreversível, que avançará com aqueles que a ele tiverem aderido, seria um escândalo, uma verdadeira traição para as populações, que venham a existir municípios do Minho que fiquem de fora.

Entretanto, os municípios do Vale do Minho decidiram avançar para a constituição de uma comunidade intermunicipal, renunciando à adesão, pelo menos por agora, à comunidade urbana do Vale do Lima. Apesar da vontade de integrar uma comunidade urbana de todo o Alto Minho, parece que a manutenção do poder, mesmo numa comunidade intermunicipal, falou mais alto, demonstração de que esse era o verdadeiro, senão único, motivo que fez movimentar tanto o Vale do Minho como o Vale do Lima.

quarta-feira, setembro 24, 2003

BOMBEIROS EM FESTA
A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Ponte de Lima comemora no próximo dia 28 de Setembro o seu 116º aniversário, mais de um século de dedicação ao próximo e ao concelho de Ponte de Lima, com relevantes serviços prestados. Como é habitual, a corporação convida a população em geral a associar-se às cerimónias constantes do seu programa de comemorações, que decorrerão na sede do concelho. Assim, pelas 9h30 será hasteada a bandeira no quartel da associação, seguindo-se, pelas 10h00 uma missa solena a celebrar na Igreja Matriz. No final da celebração serão benzidas três novas ambulâncias no Largo da Matriz, ao que se seguirá, a partir das 11h00, um simulacro de sinistro que decorrerá junto ao Largo de Camões. às 12h30 terá início o tradicional desfile de viaturas. De tarde, pelas 16h00, terá lugar a romagem aos cemitérios, numa homenagem justa e sentida a todos aqueles que serviram Ponte de Lima e as suas gentes através do seu trabalho nos Bombeiros.
Os Bombeiros Voluntários de Ponte de Lima debatem-se, hoje em dia, com grandes dificuldades no campo financeiro e material. O enorme volume de serviço para que são solicitados, a dimensão do concelho e um parque automóvel com grande desgaste e anos de serviço são problemas com os quais se debatem todos os dias aqueles que trabalham na AHBVPL. Apesar dos problemas nunca foram enjeitados os desafios e a procura da melhoria das condições do serviço prestado na instituição, onde se pode destacar a manutenção de um serviço de enfermagem 24 horas por dia, que vem melhorar a qualidade da assistência a sinistrados e prestar um serviço à população, a criação da secção de Freixo, descentralizando e aumentando a qualidade e eficácia dos serviços, e mais recentemente, a grande campanha de renovação do parque automóvel dos Bombeiros Voluntários, iniciada no ano anterior e que tem continuidade no presente ano com a entrada em funcionamento de três novas ambulâncias.
No entanto, o objectivo de renovação ainda está muito longe de ser atingido e é, no presente, a grande prioridade da direcção e comando da corporação. Por isso, foi lançado um enorme desafio à população do concelho, materializado na campanha AMIGO, através da qual se pretende reequipar e suprir as falhas do parque automóvel dos Bombeiros. A campanha está baseada no contributo daqueles a que chamamos AMIGOS, que poderá assumir diversas formas, quer se tratem de AMIGOS a título individual, AMIGOS empresas ou AMIGOS autarquias. Qualquer um deles consubstanciará o seu apoio em contributos financeiros, pagos em suaves prestações mensais durante um período limitado de tempo. A juntar a estes amigos foi também definida a modalidade GRANDE AMIGO, que a título individual, institucional ou de uma empresa, suportará os encargos da compra de uma ambulância´.
Este é um grande desafio aos limianos, para que estejam disponíveis para apoiar os seus Bombeiros Voluntários, instituição e Homens que dão tudo a troco de nada e que, por isso, merecem o carinho, admiração e colaboração de todos.

segunda-feira, setembro 22, 2003

NADA A PERDER COM O PACTO

O Pacto Para o Desenvolvimento do Minho é um movimento irreversível, lançado pela Universidade do Minho, dinamizado pelo seu Reitor, mas ao qual já aderiram a AIM - Associação Industrial do Minho, União dos Sindicatos de Braga e Viana, Instituto Politécnico de Viana do Castelo, as autarquias do distrito de Braga e pelo menos a de Monção, no distrito de Viana. Apesar de um arranque pouco conseguido, em que o núcleo duro do Pacto estava totalmente centrado no distrito de Braga, os passos que se seguiram permitiram verificar que este é um projecto para todos e que a todos beneficiará, estando reunidas as condições necessárias para o seu sucesso. Para o Minho, esta é uma oportunidade sem precedentes, para ter um espaço geográfico, de características homogéneas, forte e de dimensão razoável, unido em torno de um só objectivo: a correcção de assimetrias, o desenvolvimento e a melhoria da qualidade de vida das suas populações, com base num projecto centrado nas tecnologias e na inovação. Os parceiros deste movimento são a garantia do sucesso do Pacto, quanto a nós histórico, porque os conseguiu unir em torno de um objectivo comum, colocando lado a lado os maiores potenciais do Minho, depois de largos anos de diferenças e a trilharem caminhos desencontrados, sempre com prejuízo para o Alto Minho, que manteve sistematicamente índices de desenvolvimento inferiores aos do distrito de Braga.
Quem não entender a obvia perspectiva estruturante do Pacto e o que ele pode significar para o futuro, estará a enjeitar uma oportunidade histórica de encontrar o rumo do progresso e, sobretudo, ter uma visão estratégica, muito para além do curto e médio prazos, horizontes em que se tem trabalhado até hoje. E, mesmo que desconfianças existam, depois de olhar para o passado e para o seu estado actual, o que tem o Alto Minho a perder com a adesão ao Pacto? Talvez só mesmo um pouco de protagonismo e presença na liderança. O primeiro repartido com muitos mais parceiros; a segunda partilhada com outros ou transferida para as estruturas de investigação.
Por isso, não se compreende a postura da Valima, ou dos líderes dos municípios que a integram, renitentes na abertura de portas e na cooperação com outros parceiros e em novos projectos. O futuro constrói-se com base nas parcerias e, como nos tempos mais distantes, com a colaboração e ajuda dos vizinhos. Sozinhos estaremos sempre mais distantes dos nossos eternos referenciais.
Não posso pois concordar com uma comunidade urbana do Vale do Lima, sem corpo, peso e poder reivindicativo. No entanto aceito-a, embora com reservas, com base em dois pressupostos: em primeiro lugar da convicção que este nunca será um processo de regionalização, antes configurando uma associação de municípios com mais recursos financeiros e competências; em segundo lugar, que as portas para entrada de outros parceiros estarão sempre abertas. Já no que diz respeito ao Pacto, embora seja um movimento irreversível, que avançará com aqueles que a ele tiverem aderido, seria um escândalo, uma verdadeira traição para as populações, que venham a existir municípios do Minho que fiquem de fora.

domingo, setembro 21, 2003

O despertar em Ponte de Lima foi feito já no meio da polémica. As manhãs dos dias das feiras Novas são atravessadas pelo caminhar cambaleante daqueles que não resistiram a uma noite de alegria, confraternização e copos. O espectáculo chega a ser degradante e, na sua esmagadora maiorria, são os jovens os seus protagonistas. A reflexão e a constatação dos factos tem sido feita ano após ano, mas os problemas mantém-se. Urge pois reflectir, levar até às últimas consequências essa reflexão e evitar que, um dia, as Feiras Novas sejam apenas conhecidas pelos maus motivos. Esta é uma festa do povo, que se orgulha em preservar as tradições, dando-lhe um cunho castiço que atrai todas as gerações de Norte a Sul do País. esta á a raiz das Feiras Novas e é aqui que devemos centrar a análise. Mas, nos últimos anos, as feiras Novas são também um polo de atracção da Juventude, tendo-se criado um ambiente que os motiva a demandar Ponte de Lima, ambiente que, no entanto nada tem a ver com a raiz essencial das festas.
Contudo, creio que é possível manter estes dois traços mais distintivos das nossas festas, porque os dois são elementos estruturantes do espectáculo popular, não programado, feito pelas pessoas que vêem às festas e não preparado pela organização. Mas só com regras bem definidas, aceites e implementadas por todos será possível parar e inverter um caminho que, inevitavelmente, levará à descaracterização das Feiras Novas.

sábado, setembro 20, 2003

O Diário Digital referiu-se assim à presença de Portas nas Feiras Novas 2003:
Portas acede a convite de Daniel Campelo
O ministro de Estado e da Defesa Nacional, Paulo Portas, acedeu a um convite do presidente da Câmara de Ponte de Lima, Daniel Campelo, para estar presente nas festas das Feiras Novas.
Depois do autarca ter ajudado a viabilizar, como deputado, um Orçamento de Estado do Governo PS à revelia das instruções do CDS/PP, que votou contra, esta é a primeira vez que Campelo e Portas estarão juntos numa cerimónia pública.
«Sempre disse que nunca me zangaria e nunca me zangarei politicamente, porque isso poderia ser um erro muito grande para o município», disse Daniel Campelo à Rádio Renascença.
Para o autarca, «é bom que se saiba que o respeito institucional deve prevalecer sempre sobre qualquer divergência de pessoas, portanto, não é uma questão apenas de amizade, é uma questão institucional», explicou ainda.


Nota do Público sobre a visita de Paulo Portas a Ponte de Lima:

Portas vaiado em Pote de Lima
Paulo Portas falava em Ponte de Lima, onde se deslocou para presidir ao cortejo etnográfico das festas concelhias, mais conhecidas por Feiras Novas, tendo sido recebido com alguns apupos e assobios.
Os populares manifestavam assim o seu descontentamento pelo facto de Paulo Portas, na qualidade de presidente do CDS/PP, ter inviabilizado a candidatura de Daniel Campelo por este partido à Câmara de Ponte de Lima, há dois anos.
A decisão de Paulo Portas resultou da aprovação do Orçamento de Estado de 2001, apresentado pelo Governo de então, chefiado por António Guterres.
Na altura, Campelo era deputado do PP e, à revelia do partido, decidiu juntar o seu voto ao da bancada parlamentar socialista, garantindo assim a aprovação do Orçamento de 2001, em troca de uma série de investimentos no seu concelho e no distrito de Viana do Castelo.
Esta posição valeu a Daniel Campelo a suspensão do CDS/PP até ao final da anterior legislatura, o que na prática inviabilizou a sua candidatura à Câmara de Ponte de Lima em Dezembro de 2001 nas listas do partido.
Campelo concorreu como independente e manteve a presidência da autarquia.
Esta visita de Paulo Portas a Ponte de Lima, embora seja feita na sua qualidade de membro do Governo, deverá marcar o início da reaproximação entre Daniel Campelo e o seu partido de sempre.
É a primeira vez que Daniel Campelo e Paulo Portas se apresentam juntos em público depois do afastamento provocado pela aprovação do Orçamento de 2001, que ficou conhecido como "o orçamento limiano".

A RTP enveredou pelo mesmo tom:
Ponte de Lima recebe Paulo Portas com apupos e assobiosO ministro de Estado e da Defesa, Paulo Portas, foi sábado recebido com alguns apupos e assobios em Ponte de Lima, aonde se deslocou para assistir ao cortejo das festas concelhias, conhecidas por Feiras Novas.
Os populares manifestavam assim o seu descontentamento pelo facto de Paulo Portas, na qualidade de presidente do CDS/PP, ter inviabilizado a candidatura de Daniel Campelo por este partido à Câmara de Ponte de Lima.
A decisão de Paulo Portas veio na sequência do "caso" da aprovação do Orçamento de Estado de 2001 (OE/2001), apresentado pelo Governo de então, chefiado por António Guterres.
Na altura, Campelo era deputado do PP e, à revelia do partido, decidiu juntar o seu voto ao da bancada parlamentar socialista, garantindo assim a aprovação do OE/2001, em troca de uma série de investimentos no seu concelho e no distrito de Viana do Castelo.

Os jornais de domingo também abordaram a surpreendente visita de Portas a Campelo, ou a Ponte de Lima, ou às festas.

O DN escreveu o seguinte:
Paulo Portas recebido com apupos
MIGUEL RODRIGUES
O ministro de Estado e da Defesa, Paulo Portas, foi ontem recebido com apupos e vaias por alguns populares de Ponte de Lima, quando se preparava para assistir, ao lado de Daniel Campelo, presidente da câmara, ao cortejo etnográfico das festas do concelho, conhecidas por Feiras Novas.
«Campelo nunca deveria tê-lo deixado entrar outra vez em Ponte de Lima», afirmou um popular. Mesmo junto à bancada e preparando-se para assistir ao cortejo, um outro popular vaticinou: «Campelo errou e se calhar a população poderá interpretar mal este gesto». Outros, no entanto, pareciam entender a situação. «Isto é normal, são os jogos da política», afirmou um homem, enquanto ajustava o banco para se sentar na avenida para assistir ao desfile.
Portas e Campelo entraram em ruptura durante o processo da votação do Orçamento de Estado (OE) de 2001. O autarca de Ponte de Lima, então deputado pelo CDS, viabilizou, com a sua abstenção, o OE do Governo do PS de António Guterres, contrariando o sentido de voto do partido. Depois, Campelo foi suspenso do CDS. Até ao ano passado.
Ontem, o presidente do CDS referiu que ele e o autarca «tiveram um problema duro e sério» com essa votação, pois o deputado «entendeu que defendia a sua terra». «Eu tive que abrir um processo disciplinar porque entendi que esse voto prejudicou o País».
Segundo Portas, «foi uma sanção pesada, talvez das maiores dentro do partido, que Daniel Campelo cumpriu», tendo «recuperado posteriormente os seus direitos».
Perante a moderação das palavras do líder, o autarca respondeu com alguma prudência. «Não é preciso fazer as pazes porque tudo não passou de uma divergência», algo que «é normal», pois «eu aceito entrar em rota de colisão com o meu partido quando não concordo», realçou. «Nunca jurei obediência partidária, mas sim à minha consciência.»
Em declarações aos jornalistas, Paulo Portas defendeu que Portugal deve continuar empenhado no controlo do défice e no equilíbrio das contas públicas, para, no futuro, poder baixar os impostos aos cidadãos e às empresas.

O JN viu assim o reencontro dos dois populares:

Portas foi apupado na terra de Campelo
Polémica Ministro da Defesa e autarca garantem que voltariam a fazer o mesmo População não perdoa

Raquel de Melo
Assobios e apupos marcaram a recepção, no mínimo fria, da população limiana ao ministro da Defesa e líder do CDS-PP.
"Ambos voltaríamos fazer o que fizémos e sem ressentimentos", disse Paulo Portas a Daniel Campelo, ontem, em Ponte de Lima, na despedida da visita oficial do ministro da Defesa às festas do concelho.
Foi uma frase que sintetiza o relacionamento entre ambos, recordando a divergência entre eles, quando, em 2000, o autarca, então deputado do CDS-PP, viabilizou, à revelia da orientação oficial do partido, um Orçamento de Estado proposto pelo Governo de Guterres. Seguiram-se acusações mútuas e um processo disciplinar, que culminaram com uma candidatura independente vitoriosa de Campelo à Câmara de Ponte de Lima.
"Tivémos um problema sério há uns anos. Ele votou um orçamento a defender a sua terra e o tive de lhe abrir um processo disciplinar, porque entendi que prejudicava o país", recordou Portas.
Foi imposta uma sansão "das mais severas que houve no partido e que Daniel Campelo cumpriu até ao último dia", agora, como recordou Portas, já recuperou a sua condição de militante do partido.
O autarca garante que "nunca houve guerra" e diz ter acreditado que a viabilização do Orçamento "era o melhor para o país e para as pessoas".
Convidado de honra das Feiras Novas como ministro da Defesa, Portas não foi à zona mais central da vila, limitando-se a percorrer o trajecto entre os Paços do Concelho, onde se reuniu com Campelo, e a tribuna. Um percurso curto mas suficiente para se ouvirempoucos aplausos e muitos apupos e assobios, que foram rapidamente minimizados por Daniel Campelo.
Já na qualidade de militante, Campelo, também presidente da assembleia distrital do CDS-PP, garante "não ter qualquer interesse particular por não ser candidato a nada"e admitiu poder ter compromissos que o impeçam de ir ao conclave.

E do Público
Portas e Campelo Reconciliam-se Entre Sorrisos e Apupos
Por MARIANA OLIVEIRA
Domingo, 21 de Setembro de 2003

A reconciliação oficializou-se. Um ministro da Defesa bronzeado e sorridente assistiu ontem ao cortejo etnográfico que integra as festas de Ponte de Lima, as Feiras Novas, ao lado de um presidente da câmara não tão bronzeado, mas igualmente sorridente. Paulo Portas e Daniel Campelo evitaram a palavra reconciliação e não esconderam as divergências conceptuais, mas não conseguiram negar a evidência do primeiro reencontro público, após o autarca do PP ter viabilizado o orçamento de Estado de 2001, no Governo Guterres.
"Se o Senhor perdoou a quem o matou porque é que o presidente Campelo não ha-de perdoar ao dr. Paulo Portas?", questionava Jacinta Gonçalves, uma residente no concelho, que vem todos os anos às Feiras Novas. A limiana que esperou duas horas para garantir um lugar na primeira fila, mesmo em frente ao palanque onde estavam os convidados VIP, concorda com a reconciliação, mas deixa algumas reservas: "Se fosse comigo, eu não perdoava porque ele [Paulo Portas] insultou-o [Daniel Campelo] muito".
Talvez porque as palavras do líder do PP ainda permanecem na memória de alguns limianos, à chegada Paulo Portas foi recebido com alguns apupos. Mas os assobios tiverem pouca convicção e não chegaram para estragar a festa. "Não reparei em nada, mas é normal que haja sempre uma ou outra pessoa descontente", referiu Daniel Campelo.
Bebericando e "piquenicando" broa e alguns doces da região, o cortejo foi passando pelo palanque. As nuvens ameaçaram, mas a chuva foi de pouca dura. Os visitantes não se deixaram intimidar e sentados nos pequenos bancos, com guarda chuvas em punho, não arredaram pé.
No final do cortejo, Daniel Campelo negou ter-se zangado alguma vez com Paulo Portas. "Nunca houve guerra, houve divergências e há divergências". Apesar da recusa lá foi dizendo que esta é uma forma de mostrar que não tem "nenhum problema de relacionamento com o dr. Paulo Portas ou com outros ministros do Governo". Reforçou que continua a ter as mesmas concepções e a mesma noção de liberdade política. "Nunca jurei nem vou jurar obediência a um partido; só juro obediência à minha consciência", afirmou o presidente da Câmara de Ponte de Lima.
O ministro Paulo Portas não teve problemas em assumir que teve com Campelo "um problema duro e sério". E recordou o motivo das divergências: "O engenheiro Campelo votou a favor de um orçamento porque defendia que servia a sua terra, enquanto eu penso que o projecto prejudicava o país". O líder do PP lembrou, no entanto, que a suspensão de Campelo do partido estava limitada à passada legislatura e, por isso, já foi ultrapassada. "O engenheiro cumpriu até ao último dia as sanções que lhe foram aplicadas e depois recuperou os seus direitos".
Em altura de pazes, poucos se lembram das palavras já longínquas dos políticos. Portas afirmou que perante a atitude de Campelo só havia um caminho, "a separação", reforçando a natureza "irreparável" do gesto. "Prefiro perder uma câmara a perder a alma", disse o líder do PP. Por seu turno, Campelo sustentou que "os líderes passam e o partido fica", mostrando-se "desiludido, cansado e revoltado" com a posição assumida pelo partido. Mas palavras passadas não movem moinhos.
Paulo Portas, Ministro de Estado e da Defesa visita Ponte de Lima, para assistir ao Cortejo Etnográfico das Feiras Novas. Nada de anormal, dirão os mais desatentos. Para quem ainda tem memória, o convite da Câmara Municipal ao Ministro Paulo Portas pode ter apenas duas interpretações. A primeira que Daniel Campelo tem interesse em voltar a estreitar as suas relações com o líder do seu partido, após a ruptura provocada pelo caso do "Orçamento do Queijo", assumindo o seu erro. A segunda, e mais remota, Paulo Portas vem pedir desculpa a Daniel Campelo por não ter concordado com a sua abstenção na votação do Orçamento de Estado. Esperamos as cenas dos próximos capítulos e os comentários dos próximos dias.
As Feiras Novas estão aí, a todo o vapor. A vila de Ponte de Lima enche-se de gente. Vêm de toda a parte procurando um ambiente único em todo o Minho e no País. É um ambiente de festa, alegria e confraternização. Este ambiente único fez com que as festas tenham crescido muito nos últimos anos, facto que está a levar a Comissão de Festas a introduzir alterações no programa, organização e gestão das mesmas. Estou espectante relativamente às mudanças, para as quais tem havido coragem e ideias inovadoras.

sexta-feira, setembro 19, 2003

Estou confuso. Hoje é o primeiro dia oficial das "Feiras Novas". No entanto, "oficialmente" elas começaram no dia 17 com a inauguração do monumento ao tocador de concertina. Quem está a falar verdade? O Programa das Festas ou o Presidente da respectiva Comissão?
Afinal temos "Os Limianos" em pleno. Felizmente os piores vaticínios não se concretizaram e, na época 2003/2004 teremos as cores do nosso clube em actividade. Gentre da terra, direcção arejada, vontade de trabalhar vão estar em campo em Ponte de Lima. Finalmente a coragem de, com realismo, assumir o saneamento financeiro como única prioridade: jogadores a custo zero, aposta na formação e jovens de Ponte de Lima. Boa sorte para a época desportiva e não desportiva. Se for com vitórias no campo, é bom, mas que a vitória seja sobretudo na tesouraria.